Trovadorismo
Foi um movimento literário da língua portuguesa, que começou na Idade Média. Nos tempos do feudalismo, do estado teocêntrico, do senhor e vassalo, e zás e zás.
A poesia daqueles tempos era como unha e carne com a música. Eram coisas indissolúveis. Os poemas eram cantados, acompanhados com instrumentos musicais e dança. Aquele que compunha e cantava os poemas era denominado trovador (ou bardo, se você joga RPG), e a composição, cantiga.
Naqueles tempos, saber ler era um negócio raro, restrito aos sacerdotes e alguns nobres. E justamente por isso que as cantigas tinham rimas e eram cantadas. Havia uma necessidade de facilitar a memorização.
Tipo de cantigas
Cantigas de amor
Eram as cantigas em que o trovador se colocava numa posição abaixo da mulher amada. Um cara interessante, que fazia tudo por ela, esperando um sentimento recíproco.
O tema mais comum era o amor não correspondido. Bem coisa de pagode e emocore.
O tema mais comum era o amor não correspondido. Bem coisa de pagode e emocore.
Se eu podesse desamar
a quen me sempre desamou,
e podess'algún mal buscar
a quen me sempre mal buscou!
Assí me vingaría eu,
se eu podesse coita dar,
a quen me sempre coita deu.
Mais sol non posso eu enganar
meu coraçón que m'enganou,
por quanto me fez desejar
a quen me nunca desejou.
E per esto non dormio eu,
porque non poss'eu coita dar,
a quen me sempre coita deu.
Cantigas de amigo
"Amigo" naquela época significava namorado. Enquanto nas cantigas de amor o eu-lírico é um homem, nas de amigo é uma mulher, que lamenta pela falta do amado.
-Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
Ai, flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pos comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado
aquel que mentiu do que mi ha jurado!
Ai Deus, e u é?
Cantigas de Escárnio e Maldizer
Escárnio:
Ai, dona fea! Foste-vos queixar
que vos nunca louv'en meu trobar;
mas ora quero fazer um cantar
en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
Ai, dona fea! Se Deus me pardon!
pois avedes [a] tan gran coraçon
que vos eu loe, en esta razon
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!
Maldizer:
Luzía Sánchez, jazedes en gran falha
comigo, que non fodo máis nemigalha
dũa vez; e, pois fodo, se Deus mi valha,
fiqu'end'afrontado ben por tercer día.
Par Deus, Luzía Sánchez, Dona Luzía,
se eu foder-vos podesse, foder-vos-ía.
Vejo-vos jazer migo muit'agravada,
Luzía Sánchez, porque non fodo nada;
mais, se eu vos per i houvesse pagada,
pois eu foder non possso, peer-vos-ía.
Par Deus, Luzía Sánchez, Dona Luzía,
se eu foder-vos podesse, foder-vos-ía.
Staff PontoG da 1C
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